30 de maio de 2013

Raul / Lilah

Pensamento a mil por hora,
tormento a todo momento.
Por que é que eu penso agora
sem o meu consentimento?
Arnaldo Antunes

Eu entrei naquele mesmo restaurante chinês,
escolhi minha comida e sentei-me na mesma mesa.
Então a criança, que sempre está ali, correu por mim.
E eu, diferentemente, comecei a chorar e a chorar.
Queria abraça-la, mostra-la o quão carinhoso posso ser,
numa urgência e necessidade que só meu coração explica.

A urgência vem duma insegurança profunda
de quando surgirá a minha criança.
Terei eu um dia,
aquele pequeno correndo pelos restaurantes,
abrindo sorrisos alheios, inclusive o meu,
com a vida pulsante que há em toda criança
que energiza a mais triste das vidas e
ilumina os cantos mais escuros de uma alma?

Onde está  aquela criança linda pr'eu chamar de minha,
pequena criação divina pr'eu me doar por completo?
Onde está aquela criaturinha única, estrela do meu céu,
pequenina e astuta que me levará à alegria absoluta?

Sonho com você, que ainda não existe.
E me corrói por dentro...

Será que um dia você existirá?
Os sonhos se tornam realidade?

Nenhum comentário:

Postar um comentário