29 de janeiro de 2012

Eu blefe,

Eu blefe,
você poker.
Eu espantalho,
você assusta.
Eu ferro,
você passa.
Eu falto,
você completa.
Eu indo e
você vindo.

23 de janeiro de 2012

Eu sou

O rei da disparidade,
o palhaço da liberdade!
Aquele que tem alguém,
mas, ao mesmo tempo, ninguém!

O que dança conforme a canção,
o que lança formas em vão!
Aquele que já chorou de alegria e
na tristeza faz poesia.

O poeta de quatro meses
e que ainda, às vezes,
se pergunta e questiona
os sentimentos que traz a tona.

22 de janeiro de 2012

19 de janeiro de 2012

Escuridão radiante

There's a radiant darkness upon us
- The National

Há uma escuridão radiante sobre nós,
há um sol escurecido sob nós:
nos eleva para transcendermos
o chão no qual nossos pés não se
sustentam.

Há uma escuridão radiante sobre nós,
há um mar infinito em nossas mãos:
navegamos no encouraçado de papel
para voarmos como folhas e chegar onde
não sabemos.

Há uma escuridão radiante sobre nós,
há um desejo iluminado em nós:
ele é nosso guia, nosso totem, aquilo
que nos mantém em pé sem termos
chão.

18 de janeiro de 2012

V

Partiu você:
que o raio
a parta.

Egocentrismo

O

                                        
seu                                                Mundo

                                                         
                                                              

   do                       Umbigo                          não 


                                         
   
torno                                              gira


em

16 de janeiro de 2012

Como Curitiba

Posso ser as quatro estações:
imediato, como o verão;
pacífico, como a primavera;
introspectivo, como o outono;
recluso, como o inverno.

Mas sou como Curitiba:
todo o tempo ao mesmo tempo.

14 de janeiro de 2012

A dança

Chega assim,
vem pra mim:
nua lua na rua.

Chega assim,
vem pra mim:
vossos seios sóis.

Chega assim,
vem pra mim:
arredia dia irradia.

Chega assim,
vem pra mim:
no escuro escondida.

Chega assim,
vem pra mim:
goza gozo sem fim.

13 de janeiro de 2012

Esse sentimento bizarro chamado amor

Amor suspense
parece que não me pertence
Amor nonsense
acho que hoje ele não vence

Amor idealizado
vida sacaneia e manda o errado
Amor verbalizado
tudo que diz não é falado

Amor vencido
Às vezes ama, às vezes suicido.

9 de janeiro de 2012

Mente, mente

Começamos
lentamente
 a dançar
delicadamente
na cama que rangia
ruidosamente
tem música tocando
suavemente
mas quando a roupa cai
vagarosamente
acordo
rapidamente
sonho
continuamente
e preciso de você
imediatamente

7 de janeiro de 2012

Até logo

Não quero que você pense,
que sou desses que usa abusa e joga fora,
quero apenas que entenda e descanse:
entenda que tenho que ir, já deu minha hora.

E isso não quer dizer que não curti, não seja neurótica.
Para, não grita, e solte esse abajur!
Mulher, não me bata e solta essa faca, não seja gótica.
E chega de latir, Arthur!

Isso, te acalma. Vê agora que não dá pra continuar assim?
Te agradeço por tudo, foi especial o que tivemos.
Não te esquecerei: pensarei em você, espero que pense em mim.

Este é o último beijo: agora, nada mais temos.
Amanhã pego minhas coisas: ponto final, fim.
Vivi feliz, mas quero calma: sem mais extremos.

Pertencer

Fecho minhas portas pra você,
que não entende minhas linhas tortas, nem faz
questão.

Fecho minhas cortinas pra você,
não terá, assim,  minha luz pra te
guiar.

Fecho minhas janelas pra você,
não merece o sussurro dos meus
lábios.

Derrubo minhas paredes,
não quero que pense que algum dia teve aqui um
lar.

Derrubo minhas colunas,
não quero que pense que algum dia algo aqui te
susteve.

Derrubo minha casa,
não quero que lembre que neste local houve algo entre
nós.

Queimo minhas mobílias, fotos, roupas e lembranças.

Você eu apago.

4 de janeiro de 2012

Meu amor,

Meu amor,
não me responsabilizo:
te vejo assim outra vez,
perco o juízo!

Minha poesia

Minha poesia
não é autobiografia
nem bijuteria.

Minha poesia
é arredia
e não se cria.

Minha poesia
vive em desarmonia
e se sente vazia.

Minha poesia
que já foi esguia
foi parar na delegacia.

3 de janeiro de 2012

Aconteceu

Estranhas memórias
de coisas que não fiz,
com pessoas que não conheço
em lugares que nunca fui:
e agora, que faço, enlouqueço?

Lembranças de você comigo há anos,
mas, pensando bem, te confesso:
não sei quem é. E agora, que faço, padeço?

Desviou o muro, derrubou a rota,
partiu a porta, arrombou o espelho
e partiu. Passa tempo, na passarela
da saudades, não sei bem de quem,
passeio e estremeço.

Paro e te vejo,
bate desejo, mas
não sei de quem:
emudeço.