31 de julho de 2014

Decifra-me

atiro palavras com quem carrega uma arma 
desarmo pessoas e a mim com comentários 
irônicos e sarcásticos, inteligentes e tristes 
tudo para esconder, tudo para encobrir 
tudo para que ninguém descubra. 

posso correr de um lado ao outro da rua 
em três pulos eu alcanço a lua e a dobro no bolso 
cobro a aposta e me coloco disposto a repetir a façanha 
tudo para que não notem minhas entranhas. 

mantenho tudo no andar de cima 
faço a festa e faço coquetéis 
de caipirinhas à molotov 
queimo a garganta e a casa 
boto tudo abaixo e entre o caos e a causa 
eu me encaixo muito bem 
tudo para que não percebam o que esta além. 

sou inalcançável, inatingível 
faço de escorregador um dirigível 
pulo de cabeça pra que eu me esqueça 
e pra que ninguém nada me ofereça 
eu viro o rosto e danço pro lado oposto 
tudo para que não vejam quem eu sou. 

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