19 de fevereiro de 2013

Um aceno

Eu irei correr até o rio.
Levarei comigo um buquê
de flores roxas e azuis,
e junto com elas uma caixa de lembranças.

Nesta caixa há um oceano,
um oceano em tempestade,
uma tempestade perenal
que inundou minha vida.

Deslizarei suavemente pela margem,
acompanhando com olhos curiosos
o desenho que teus pés ociosos
fazem, enquanto teus lábios, desenhos,
sussurram Neruda.

E quando eu estiver no rio,
eu irei sorrir.
Eu irei sorrir, e pétala por pétala,
abrirei minh'alma, e assim a deixarei;
para que a correnteza a lave e leve.

E quando eu voltar do rio,
eu irei sorrir.
Eu irei sorrir, e retalho por retalho,
costurarei minh'alma, e assim a vestirei;
para que a caixa fique no rio que a deixei.

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