9 de janeiro de 2013

Negócios

posso viver de poesia?
pagar meu aluguel com versos,
pedir meia dúzia de pães na padaria
e pagá-los com repetições?

comprar roupa e parcelá-la
em três estrofes curtas;
colocar um ou dois sofás na sala,
acertar com um soneto para daqui um mês?

fazer caridade com versos ingênuos,
um poema inteiro dedicado à instituições.
e que isso fosse suficiente para, talvez,
alimentar alguns corações.

imagine quão belo seria,
o telemarketing ofertar
um combo internet, telefone e tevê,
e apenas quatro versos lhe cobrar?

pode parecer nada importante,
mas eu sonho com esse dia
simples e um tanto distante,
que eu possa viver de poesia.

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