17 de novembro de 2015

A voz da poesia

a voz da poesia
não precisa ser um grito
                         um brado
a voz pode ser um sussurro
            um tatear no escuro
a voz pode ser súbita
                        súbita como um murro
te tira dos pés chão abaixo
a voz pode ser lacônica
                   monotônica
e ainda assim
                          icônica
a voz pode ser breve, distante, pedra

a voz é um grito silencioso
     um sussurro estrondoso
um claro enigma
uma mentira que conta a verdade
uma morte que não encerra
a voz que não se ouve mas a todos alcança

e nada
nem que a gente morra
desmente o que agora chega a minha voz

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