10 de junho de 2014

Pro fundo

Ninguém sabe do seu paradeiro
Ninguém sabe prá onde ele foi
prá onde ele vai
Zeca Baleiro

esse súbito não ter
esse estúpido querer
que me leva a duvidar
quando eu devia crer
Leminski

Iludido e batido e abandonado
se satisfaz com trocados
teus amigos não te reconhecem
mas eles também nunca aparecem
o tédio é teu eterno companheiro
quando não está trancado no banheiro

vai à rua de braços abertos e grita amém
mas se nem deus te ouve, então quem?
teimoso não sai daquele mesmo caminho
nas noites te resta apenas o vagabundo vinho
às quatro da manhã você ainda não dormiu
tentaram te resgatar mas você não ouviu

por onde andará stephen fry?
faz tempo perdeu teu pai
mas será que você se recorda
de quando puxou aquela corda
ou como sempre, você discorda?

sente falta do tempo em que estava por aqui
caminhando no parque, observando um bem-te-vi.

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