Tentei parar com a poesia:
não me dá o pão de cada dia
e com ela o dinheiro não se cria.
Me prostitui: fui me ter com a prosa.
Caí na vida: coloquei um vestido de chita rosa
e me fodi duma maneira vergonhosa.
Me encantei com a crônica:
tentei uma verve meio camaleônica.
Não deu: me acabei no gim-tônica.
Me recomendaram jornalismo:
escrevi sobre o islamismo
e me apedrejaram pelo meu artificialismo.
Apelei pro texto infantil:
veio me encher o saco um tio
e mandei tudo pra puta que pariu.
Resolvi seguir minha sina:
voltei pra poesia!
Vou viver de faxina,
mas é o que me dá alegria.
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