olho pela janela e vejo luzes dispersas
meras peças encaixadas numa suposta ordem
da qual não compreendo ou tento compreender
brancas espalhadas pela praça,
guiam a noite para pedestres passageiros
e para os ratos que por ali moram
verde, vermelha e amarela em postes
sempre sequenciais, claras, objetivas
piscam, gritam, avisam: ainda assim, não as vêem
amarelas e brancas em outras janelas
iluminam cômodos ou hipnotizam olhares
a escolha está em como as ver
porém
quando observo o céu negro
resta apenas o silêncio:
não há uma única pétala brilhante na haste da escuridão
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