Decretaram-me falência.
Algo meio súbito, sem precedência.
Acusaram-me de demência,
e me expulsaram na urgência.
Tiraram-me do meu trono,
dele não sou mais dono.
Perdi meu quimono,
e junto com ele meu sono.
Já não sei mais
o que são banquetes e festivais
ou súditos leais.
Há ainda aquela assombração,
que ronda com certa dedicação:
um constante espião
fazendo-me viver numa ilusão.
Eu sou o rei deposto,
que não cumpriu o proposto.
Aquele que só causou desgosto;
um palhaço sem rosto.
Eu sou o rei deposto,
que se enganou com seu posto.
Sinto-me um farsante exposto
e agora vivo a contragosto.
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