Sentamos.
Em breve silêncio.
Os olhos castanhos se encaravam.
A sobrancelha direita se erguia.
Os lábios abriam-se lentamente, num sorriso provocador.
Tanto os de cima quanto os debaixo.
As pernas estavam cruzadas.
Aquele belos e únicos exemplares devastadores de coxa a mostra.
O pé direito balançava no ar, ansioso: questionador.
Perguntava-me: não fará nada?
O silêncio se rompeu.
Rompeu-se com o som da cadeira em que sentava caindo.
Ela caia pelo pulo brusco que dei.
Rompeu-se com o som dos botões que caiam.
Que caiam da blusa que ela usava ao ser rasgada fortemente.
Rompeu-se com o som das costas batendo na parede.
Por causa das pernas que trançavam minha cintura,
das unhas que cravavam minha nuca.
Rompeu-se com a respiração acelerada.
Do fôlego que quase não aguenta,
do pulmão em busca de ar.
do pulmão em busca de ar.
E os seios que pularam
do soutien que voava
tinham a textura do divino:
macios e suaves,
com a mistura perfeita de cheiro e paladar,
como a língua podia comprovar
ao dançar com passos rápidos
em torno dos mamilos
duríssimos.
E as coxas que a cintura
envolviam,
eram a prova que algo perfeito existia:
definidas e milimetricamente calculadas
para serem simplesmente belas
e irresistíveis.
Fortes e com atitudes, elas ajudavam
o movimento.
E o movimento que fazíamos
tinha um ritmo próprio,
não era guiado por nós.
O meu vai, o dela vem, sincronia perfeita.
O encaixe dos quadris,
os lábios que se beijavam,
os lábios que me beijavam, calorosos.
Entre movimentos frenéticos,
gemidos ruidosos,
e o bater de corpos apaixonados
(pelo desejo, pelo prazer),
fez-se a enchente,
e os mais longos suspiros
encheram a casa e os corpos.
(pelo desejo, pelo prazer),
fez-se a enchente,
e os mais longos suspiros
encheram a casa e os corpos.
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