Fique no sofá da sala, tenha certeza que ouvirei você chegando e irei te ajudar: sei que não estará bem. Não dificulte: não tente me bater, não me ofenda ou fale tuas verdades. Não as ouvirei. Não agora, pelo menos. Não vou discutir, ou retribuir tuas agressões, irá falar sozinha. Por isso, não se dê ao trabalho. E lembre-se: eu te amo.
... não demore muito: tua mala tá pronta na sala, teus livros e revistas estão nestes caixotes. Não faças aquela cara de desentendido que tens costume, tu sabes que fez por merecer. Ou pensas que te aceitarei como se nada tivesse acontecido? Cinco anos comigo e é deste jeito que tu queres dizer que me conheces, que sabes meus gostos e vontades? Achavas que eu iria reagir como? Que te pegaria no colo e perguntaria "mas meu amor, que aconteceu, por que fizeste isto?", desabaria aos teus pés te agradecendo pela compreensão? Que derrubaria lágrimas de amor e ululararia de prazer ao teu ver? Derrubo lágrimas sim: de amargura e arrependimento, de tanto tempo perdido contigo. Há amor sim, eu te amo: mas mais do que te amar, amo a mim, e esse amor sim não tem fim. Chega: pegue tuas coisas e se vás. E não volte.
... me surpreenda: use aquele soutien preto e aquela calcinha transparente, sem razões ou motivos, algo inesperado, sem datas comemorativas, algo cotidiano, algo natural. Me seduza: dance para mim. Mexa teus quadris perfeitos, requebre esta bunda surreal, faça teus movimentos tão sensuais, e tão naturais, inerentes a ti. Me excite: morda os lábios, umedeça-os com a língua, faça aquela cara de vadia sem dono que domina também, ande com teus passos de gato, flutue até mim, me endureça. Me ame: suba em mim e me ame sem fim, afinal, a noite só começa assim.
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