- Vem cá – fiz uma cara complacente e a envolvi nos meus
braços. Abracei forte, pra mostrar o quão preocupado estava, pra passar uma
sensação de proteção e conforto. Acredito que um abraço pode dizer muita coisa,
em várias situações. Um abraço pode dizer o quanto você deseja aquela pessoa ou
o quanto você a despreza. O quanto você se preocupa e o quanto você tá cagando.
O quão desesperado por afeto cê tá, ou o quanto de afeto você está disposto a
dar.
Os meus abraços são diversos, como o nível do meu apreço
pelas pessoas. Se eu te abraço forte e em seguida te olho nos olhos e te
pergunto como está, eu realmente quero saber como você está, pois me preocupo
contigo. Os outros abraços não importam, nem as pessoas que não são abraçadas
assim, importa você que é abraçada assim, saiba o meu sentimento.
Por isso, quando te vi, com os olhos vermelhos e as
pernas bambas de tristeza, eu não disse nada além de “vem cá”. Eu não fiz nada
além de te abraçar, pois você não precisava de mais nada além disso. Não fiz
perguntas, não julguei, não quis saber. Eu fiz apenas o que precisava ser
feito: te abraçar.
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